terça-feira, 22 de junho de 2010

Aprendizagens

Quando falamos de trabalhar os interesses dos alunos, de trazer a realidade dos alunos para sala de aula, parece que estamos sempre nos repetindo e falando o que todos sabemos. Mas hoje, aconteceu um fato interessante na aula de informática: Possuo um aluno que gosta muito de futebol, ele não é o mais dedicado em sala de aula, e andei formando uma parceria com a professora de Educação Física a fim de colocar este aluno no compromisso dos aprendizados, para poder participar de times que representem a escola fora da mesma. Enfim uma prática de cobrança com mais olhos sobre o rendimento desse aluno. Notei uma certa melhora do aluno, mais interesse, e mais comprometimento da parte do mesmo, no geral. Mas hoje, quando fomos a aula de Informática, onde eu havia proposto uma pesquisa sobre a Copa do Mundo, quantas vezes ela aconteceu, quais países campeões, quantas vezes e em quais anos o Brasil foi campeão, entre outra, essa aluno sentou sozinho, (os alunos não podem trabalhar sozinhos pois há 13 máquinas e 24 alunos) mas enfim, esse aluno acabou sentando sozinho, e realizou toda a pesquisa, faltando apenas, a última pergunta que não realizou por falta de tempo. Quando saiu da sala me mostrou o caderno, e eu impressionada elogiei-o muito, e ele disse: "Trabalhei o tempo inteiro, não saí do meu lugar prá nada..." Fiquei muito orgulhosa dele e imediatamente relacionei com o fato de ser sobre futebol, um interesse paticular desse aluno. Claro é muito difícil atingir a todos os alunos de uma vez só, mas nada nos impede de ir variando os assuntos e as formas de abordagens dos mesmos, oportunizando assim aprendizados concretos.

grupos

Segundo Haetinger(2005): “Atualmente, uma discussão pertinente entre os educadores não questiona "o aluno aprende ou não aprende” ou “quanto aprende”, mas está voltada a questões mais amplas como: “de que modo podemos favorecer a aprendizagem?”, “que ações pedagógicas adotamos para facilitar a construção de conhecimentos?” Essa perspectiva qualitativa( e não quantitativa) do ato de aprender é de extrema relevância ao educador, porque ele tem um papel de destaque nas descobertas e na aprendizagem de seus educandos.” Nesse sentido quero relatar como está sendo a experiência de grupos que adotei com meus alunos, eles sentam em grupos e resolvem a maioria das atividades no grupo. Para verificar os resultados e o comprometimento dos grupos fiz reuniões individuais, e questionei-os quanto a funcionalidade dos grupos, quais os benefícios e contribuições. Os alunos afirmaram que estavam achando muito bom, porque dessa forma podem trocar, aprender e discutir sobre a melhor forma de fazer, com seus colegas.
Ainda existem alunos que se sentem injustiçados, pois alguns colegas querem apenas copiar, eu interferi dizendo que o quando o grupo se compromete e resolvem juntos não tem como alguém copiar, ou seja, os alunos que reclamaram saiam na frente dos outros realizando as tarefas, também quebrando um combinado. Acredito que com este método estou auxiliando meus alunos a aprenderem, a sentirem-se parte integrante do grupo, da sala de aula e da escola. Onde estão se desempenhando para contribuírem com a formação individual e dos colegas
HAETINGER, M.G.,O Universo Criativo da Criança,Coleção Criar Vol. 03, Instituto Criar, 2005

domingo, 20 de junho de 2010

O prazer de ler

Sempre gostei muito de ler. "Ler é ter o mundo em suas mãos" como já dizia o autor Roberto Guimarães, e este ano, ente outras realizações, venho fazendo algo que sempre quis fazer, estou lendo um, dois capítulos por dia de um livro para meus alunos. Iniciei com um livro que encontrei na Biblioteca Pública, chamado O Menino do Dedo Verde de Maurice Druon, inicialmente pedi autorização aos alunos para fazê-lo, e alguns me olharam assustados, e expliquei que é um livro antigo, mas pertinente aos nossos dias, o que mostra que as preocupações não evoluíram muito em meio século, já que o livro foi escrito em 1957. Estamos no capítulo 13, e os alunos estão cada vez mais entusiasmados com a história e o desenrolar dos fatos que se sucederão. O mais surpreendente é que alguns alunos agitados estão empolgados com o desfecho da história. Alguns estavam preocupados com a renovação do livro, pois mencionei a eles que havia retirado da Biblioteca Pública e que deveria renová-lo se não conseguisse lê-lo em tempo para eles, o que de fato aconteceu. Então, estamos divertindo-nos com as aventuras de Tistu e seu polegar verde, em Maripólvora e toda sua poesia.
Quando estou lendo passa-me pela cabeça o seguinte; ”será que estão me ouvindo?” Mas se paro a leitura e levanto os olhos do livro e vejo olhinhos inquisitores me olhando, nesse momento acredito que estou sendo ouvida e que estão gostando. Na crônica Aprendo Porque Amo, Rubem Alves dá-nos o sentido de que nos apaixonamos por coisas que as pessoas que gostamos gostam, um saborear para lembrar. Então estou apostando nessa idéia até para auxiliar na formação de futuros leitores. Também nesta leitura, estou lendo pelo prazer de ler, de conhecer a história e de nos sentirmos levados por elas. Quero contagiar meus alunos com a paixão da leitura, e acredito que demonstrando minha paixão possa contaminá-los.
ALVES, R. Educação dos Sentidos, Campinas, Verus Editora, 2005.

O que queremos?

Werneck (1987) afirma que: Um aluno rejeitado pela escola é a mesma coisa que um doente abandonado por um pronto-socorro. Lendo esta frase, deparei-me co um sentimento que venho cultivando ao longo deste ano letivo, e em outros, mas que tem se frutificado intensamente neste; da necessidade do aluno sentir-se querido e respeitado em sala de aula, e também de sentir-se como parte integrante da turma, do grupo em que se encontra sentir-se como aluno atuando em uma escola. Para exemplificar relatarei acontecimentos que tenho presenciado com meus alunos neste ano. Tenho alguns alunos difíceis, por se assim dizer, que possuíam rótulos de terríveis, entre outros, no ano passado não saiam da secretaria, os pais normalmente eram chamados, e eu assumi a turma com o intuito de modificar este estipe. Na sexta-feira estávamos executando tarefas em grupo, e num dos grupos tem um aluno que é muito inteligente, mas que quase não faz tarefa nenhuma em sala de aula. Tenho conversado com ele, diariamente, que é necessário realizar os registros, para que possa me mostrar o que sabe o que está aprendendo. Mas normalmente ele começa e não termina as atividades. As meninas do gruo estão me auxiliando a chamar a atenção dele, a cobrar que ele participe. Enfim, na sexta feira este aluno estava sem participar da resolução dos desafios matemáticos que eu havia proposto. Conversamos, eu e as meninas do grupo com ele, novamente, da importância dele no grupo e de como seria importante ele contribuir, pois ele tem um raciocínio lógico-matemático muito bem desenvolvido. Ele ficou contrariado, mas acabou auxiliando, não completamente, mas enfim, mudou sua forma de agir e passou a tentar resolver e contribuir com seu grupo. Vindo de encontro com a fala de Werneck, se eu simplesmente tomasse atitudes mais sérias como enviar um registro para casa do aluno, ou se mandasse ele para a secretaria, o que ele, como aluno teria melhorado, ou o que ele teria aproveitado da aula, ou aprendido com estes desafios ou de como ele é importante para seu grupo? Certo é de que colhemos aquilo que plantamos e não haverão alunos comprometidos e interessados se nós não nos comprometemos.

WERNECK,H. Ensinamos demais e aprendemos de menos, Petópolis, Editora VOzes, 1987

sábado, 12 de junho de 2010

Grupos

Passei a adotar o sistema de grupos, na sala de aula, onde, a partir de eleições, escolhemos líderes e combinamos atribuições para eles e para o grupo. O objetivo principal é a produção de conhecimentos, através de parcerias, trocas e discussões.
Segundo Madalena Freire (2005): “A identidade do sujeito é um produto das relações com os outros.” Baseada nesta afirmação, pretendo oportunizar essa formação, já que em grupos estarão em contato direto com os colegas e estarão contando com o apoio deles para sua formação.
Acredito estar oportunizando também o exercício da democracia e da cidadania, uma vez que os alunos deverão expor suas opiniões, e a partir delas formar conclusões do grupo. Notei um comprometimento dos alunos, um compromisso com suas atividades, e também uma alegria, que vem resultando dessa convivência, pelo fato de manifestarem suas idéias perante os temas trabalhados. Estamos dividindo conhecimento, para depois multiplicá-lo.

GEMPA, Grupos Áulicos A Interação Social na Sala de Aula, Editira Pallotti, Porto Alegre, 2005.
Nos dias de hoje não basta ter conhecimento, é necessário também saber fazer uso deste quando necessário. Refiro-me a uma questão que nos deparamos diversas vezes em sala de aula, quando trabalhamos alguns conteúdos que perguntamos, onde o aluno vai utilizar isto em sua vida? Sabemos que quanto maiores as informações que temos acumuladas, mas links podemos fazer em relação a elas. E desta forma maior número de conhecimentos podem ser agregados. Mas então, ensinar apenas para guardar? Não, e trago a vocês uma amostra do que meus alunos estão fazendo em relação à utilização de seus conhecimentos:
Os alunos elaboraram o texto, ensaiaram, representaram sozinhos, utilizando conhecimentos que possuiam, e a partir desses formularam sua compreensão do que pode acontecer, a partir dos seus saberes. Esta é uma demostração de por em prática os conhecimentos.

cópias

Deparei-me, na sétima semana do meu estágio, com um conflito a que venho tendo ao longo dos anos em que trabalho: Sobre o significado de copiar textos extensos do quadro.

Mas quando trabalhamos com alunos em sala de aula, quando estamos numa escola, somos absorvidos por ela, no melhor sentido da palavra. Muitas vezes somos atropelados pelo sistema, o que está além de nós. E nesses casos acabamos repetindo situações que criticamos quando estamos de fora do processo.

Eu me questiono sobre a cópia de textos extensos, pois este é um sistema que vejo como cansativo e de pouco retorno no sentido de aprendizagem. Quando os alunos copiam, muitos deles demoram em fazê-lo, o que dispersa os mais rápidos, gerando conflitos e distrações inclusive daqueles que ainda não acabaram. Se o texto é muito longo, não se consegue lê-lo ou explicá-lo em sala de aula, que fica muitas vezes para a aula do outro dia, o que atrapalha o rendimento do planejamento, bem como a compreensão do texto e o sentido de utilizá-lo.

Concluí que os textos muito longos devem ser xerocados e passados aos alunos, que em vez de perderem tempo copiando-o, terão este tempo para ler, refletir e debater sobre o conteúdo em questão.

Copiar do quadro era algo necessário, na medida em que se tinha a intenção de conter os corpos, de tornar os indivíduos meros copiadores. O que certamente não é a minha intenção em sala de aula. Quero formar pensadores comunicativos e não copiadores passivos.

Reflexões

Na avaliação da sexta semana, refleti sobre a importância de pararmos e repensarmos e, no caso, escrever o que acontece em nossas salas de aula, e durante esta escrita, especificamente, deparei-me com atitudes que, como professor, tomamos, em represália a atitudes dos alunos quando estes não colaboram, não demonstram interesse , são agressivos uns com os outros ou conosco. Nesse caso os punimos com aulas maçantes, chatas e cheias de exercícios repetitivos. Usamos aulas como punições, então que qualidade existe? Podem existir aprendizados, mas quão significativos estes serão para nosso aluno e até para nós mesmos. Somente me dei conta disso quando parei, refleti, e escrevi sobre isso, mas quantas vezes essas nossas vinganças passam despercebidas?
Eis a importância do professor poder parar e refletir sobre suas atitudes, anseios, insatisfações de sala de aula.