sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Em relação a valorizar a apalavra proferida que mencionei em uma postagem anterior, Fiz a seguinte reflexão:
Quando levamos em consideração o educando, seu discurso, o que está implícito em sua palavra e até em seu silêncio, passamos a acreditar no mesmo como sendo um ser humano que tem outras vivências além da escola, que seu saber não é algo que se dará a partir da educação escolar, pois “ Os homens que não têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. Não podem ser seus companheiros na pronuncia do mundo.” Freire, 2005. Então, como pode a escola que se diz agente transformador da sociedade, não ser humilde e reconhecer no indivíduo um ser pensante e vivo, com existência além da mesma? É a escola então, ao aplicar seu currículo pura e simplesmente, arrogante e insensível ao seu sentido principal, que é essa transformação da sociedade. Pode-se dizer que é ingenuidade acreditar que a mudança se dará a partir do que o educando “aprenderá” na escola, pois esse aprender fora do contexto, é vazio e sem significado.
Freire, 2005, afirma que “A fé nos homens é um dado a priori do diálogo.” A priori no sentido de que no momento que passo a ouvir meu educando acredito nele, tenho fé em seu potencial e em todas as conseqüências implícitas nesse ato.
Achei muito interessante a visita que fizemos aos alunos do EJA, onde realizamos a entrevista pra a mesma interdisciplina, acho importante salientar que essas pessoas são pessoas que tem muita vontade de aprender, notei também que as que eu entrevistei mostravam-se bastante intimidadas por serem adultos e estarem frequentando a escola para aprender a "melhorar a leitura e aprender a ler", como eles mesmos falaram.
Como disse são pessoas que tem muita força de vontade, pois estão deixando suas famílias em casa para estudar a noite e realizar um sonho que é o de aperfeiçoar seus conhecimentos.
Outro fator que achei interessante foi o de que os alunos citaram que para ser um bom professor este deve ouvir os alunos, o que vem de encontro ao que fala Freire, 2005: "Quando tentamos um adentramento no diálogo como fenômeno humano, se nos revela algo que já poderemos dizer ser ele mesmo: a palavra."Ou seja, os alunos esperam que o professor dê a eles a oportunidade de se pronunciar, de serem ouvidos e de haver respeito nesse ouvir, de haver inter relações nesse ato. Não ser um simples ouvir, mas sim um valorizar da palavra.
A partir do texto de Hernández & Monteserrat (1998), fiz a seguinte reflexão:
No trabalho com projetos fica clara a existência de uma didática democrática, Onde todos participam ativamente, comprometidos com o resultado final, e também com o aprendizado que fica sutilmente subentendido, pois os conteúdos não são prioridade e sim o que e de que modo se aprende.
Na afirmação de Dewey: “As idéias só tem importância desde que sirvam de instrumento para a resolução de problemas.” É muito interessante, quando temos por objetivo uma sociedade onde existam pessoas com iniciativa, que respeitem a democracia e que auxiliem o próximo de forma a ser úteis para sua comunidade, dando sentido a existência humana. Quando se utiliza projetos, nota-se que se tem o objetivo de educar a criança como um todo, respeitando seus limites, valorizando seus conhecimentos e sua capacidade cognitiva, bem como estimulando novas curiosidades e posteriores aprendizados.
Outra frase do texto que me chamou muito a atenção foi: “ O objetivo da escola deveria ser ensinar a criança a viver no mundo.” E refletindo sobre a minha prática, fiquei pensando em como posso contribuir para que isto aconteça. Foi onde me lembrei de uma situação que vivenciei em minha sala de aula, onde ainda estamos trabalhando com “fuxicos” (florzinhas feitas a partir de retalhos de tecidos).
Uma aluna veio conversar e disse que tinha aprendido a fazer os fuxicos com a sua avó, então lembrei que poderia ensiná-la a fazer florzinha, a princípio achei que somente ensiná-la-ia no dia seguinte e pronto. Mas quando a turma nos viu cercadas de retalhos coloridos, todos quiseram aprender a fazer as tais florzinhas. Umas meninas disseram que somente elas iriam fazer, pois flores são coisas de meninas e costuras também, foi quando um aluno disse que poderia aprender para ensinar para suas mães ou dar a flor de presente para elas. Para concluir, a aluna que ensinei inicialmente está vendendo para toda escola as florzinhas que ela e sua mãe fazem, e existem outras fazendo florzinhas para dar de presente. Os meninos estão fazendo suas flores também, e uma mãe de um doa alunos me disse que não acreditou que tinha sido ele quem fez.
Esse foi um exemplo, de ensinar a criança a viver no mundo, porque utilizei uma vivência para ampliar o conhecimento e aumentá-lo, uma vez que estamos agora falando sobre quantas florzinhas conseguimos fazer em 1 metro de tecido.
Quando estudamos o planejamento em Didática, ressaltei a auto-avaliação como sendo um instrumento que eu utilizava quase que diariamente nas minhas aulas, repassando o que deu certo, refletindo sobre o porquê de algo que planejei não ter dado certo como eu esperava, sobre algumas reações dos meus alunos, sobre de que forma posso trabalhar tal conteúdo que certo aluno não conseguiu compreender, sobre algo que os alunos me falaram que mudou o rumo da aula; acho muito importante esta auto-avaliação, embora eu não faça registro dela, mais por falta de tempo que por não achar necessário.
É com base nessa auto-avaliação que eu planejo minhas aulas seguintes, pois acredito que a reflexão sobre a prática norteia ainda melhor nossas práticas.
Eis outra reflexão que fiz sobre os estudos do currículo integrado: As novas necessidades econômicas requerem indivíduos melhor formados e informados, mais criteriosos e exigentes, o que consequentemente recai sobre a educação dos mesmos. A sociedade atual exige um novo trabalhador para fazer frente a estas transformações, capaz de pensar e agir de maneira mais dinâmica e eficaz, estando em constante aperfeiçoamento pessoal e profissional. Com isso a escola é desafiada em relação às situações imposta a formar este novo trabalhador para agir criticamente na sociedade, priorizando a formação de capacidades intelectuais, como forma de prepará-los criticamente para enfrentar as transformações da atualidade. Nesta perspectiva, a formação cidadã surge como estratégia de formação do aluno como cidadão - critico reflexivo e dinâmico, capacitado intelectualmente e profissionalmente para atender as exigências do mercado, podendo vir a atuar e transformar efetivamente a sociedade. Na sociedade altamente competitiva em que vivem as pessoas de hoje, precisa-se da aplicação de novos conhecimentos, porque aqueles que estiverem munidos com melhores instrumentos para enfrentar os desafios do dia a dia tanto nos estudos quanto no trabalho terão mais chances de sobreviverem às novas relações sociais impostas pela sociedade que acabam provocando a exclusão econômica, política e cultural.
Quando fizemos os estudos sobre o currículo integrado, fiz o seguinte comentário: Repetimos sistemas que nos são impostos, sem nos dar conta disto, a relação que se tem entre os processos de produção e o Taylorismo e o Fordismo, são as fragmentações dos conteúdos em disciplinas. Outra relação está na afirmação: “As análises dos currículos ocultos evidenciam que o que realmente se aprende nas salas de aula são habilidades relacionadas com a obediência e a submissão à autoridade” (Jackson, P.W., 1991; Torres, J. 1991), onde ainda hoje se tem vestígios desse tipo de relação, mesmo existindo uma tomada de consciência dos professores, ainda utilizamos sistemas podadores e limitadores.
Novas tendências educacionais estão sendo aplicadas em diversos estabelecimentos de ensino. Já não repetimos tanto as tendências tayloristas e fordistas, mas é necessário que o que vier, não seja apenas mais uma tendência. Formamos cidadãos, então que esta formação seja consciência esclarecida Poucas vezes ao longo da história foi tão urgente a aposta em uma educação verdadeiramente comprometida com valores de democracia, solidariedade e crítica, se quisermos ajudar cidadãos e cidadãs a enfrentar essas políticas de flexibilidade, descentralização e autonomia propugnadas nas esferas trabalhistas.
Quero falar de uma forma muito interessante de trabalho que fiz com meus alunos de 2º ano, meus alunos tem entre 7 e 9 anos; de uma descoberta que fiz ouvindo o que eles falam... É a respeito de como auxiliar os alunos na produção textual, para compreensão dos parágrafos, os alunos me apresentaram uma relação, ou seja uma forma de assimilar uma aprendizado a partir de outro que eles já tinham. Ao longo do ano trabalhei muito com poesias, poemas, falamos muitas vezes sobre rimas, versos e estrofes. Tanto que se as vezes passo no quadro, eles me perguntam: "Quantas estrofes tem?" Até aí, tudo certo, me mostravam que tinham entendido o que eram as estrofes de uma poesia; Esta semana quando fui começar a explicar a escrita de textos utilizando parágrafos, pois estou procurando estruturar melhor os textos que eles produzem, eu estava no meio da explicação sobre porque passar para o outro parágrafo, quando um aluno falou: “É como se fosse outra estrofe da poesia, só que agora é história. Tem que deixar linha em branco?” Achei fantástica a relação dele! Porque é uma forma de compreensão que eu nunca tinha me dado conta. Usei a fala dele para continuar a explicação e acredito que a maioria da turma conseguiu compreender a aplicação dos parágrafos na escrita.
Num trabalho em que lemos Comênio fiz as seguintes relações com minha forma de trabalho: Em minha forma de trabalho, relacionando imagens à letras e sons, é uma das idéias de Comênio. Encontramos outros elementos, como quando menciona que “o aluno é de fundamental importância”, estamos retomando esse discurso, através de Projetos de Aprendizagens, que é sobrepujado pelos conteúdos previsto no currículo e pelo interesse que o professor tem de ensinar. Outro elemento que vemos nas escolas é o de aprender a fazer fazendo, através de experimentos, de exercícios de desafios, de reflexões e ralações com a realidade do aluno. Um recurso que utilizo também é o de intercalar as aulas com atividades prazerosas, Com atividades que tenham música, desenhos, diálogos, que também estão originadas na pedagogia de Comênio, ressalto a “hora do recreio” que nada mais é do que uma pausa, para descanso” implícita nessa pedagogia. Outro elemento que é interessante é a menção que faz á educação igualitária entre os sexos, onde vemos ainda hoje, distinção entre meninos e meninas, seja pelas brincadeiras, seja pela forma de abordar (Sr., eles quando a maioria é de meninas...) Quero ressaltar também, a idéia que Comênio trazia sobre a relação entre professor e aluno, onde afirmava que “...o bom relacionamento entre professor e aluno como fundamento para a aprendizagem do aluno.” Sabemos que quando existe diversidades entre alunos e professores o resultado do trabalho certamente é comprometido.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A principal característica a se ressaltara respeito de EJA é a de que são alunos diferentes entre si; são grupos heterogêneos, mesmo que apresentem características em comum, como o fato de não serem crianças, serem resultado de evasões anteriores, na maioria são provindos de classes baixas, trabalhadores rurais e filhos de trabalhadores rurais, geralmente trabalham durante o dia e freqüentam a escola à noite, possuem empregos com remuneração mais baixa; ambicionam uma possível mudança em suas vidas a partir dos estudos. Conforme afirma Oliveira, pág. 72 “...Tal grupo se define como relativamente homogêneo ao agregar membros em condição de “não-criança”, de excluídos da escola, e de pertinentes a parcelas “populares” da população, pouco escolarizada e inserida no mundo do trabalho em ocupações de baixa qualificação profissional e baixa remuneração.”
Sendo grupos com qualidades tão particulares, indiferente ao programa adotado pelo professor em questão, necessário se faz o conhecimento individual desses alunos, “fundar-se no amor, na humanidade, na fé nos homens” Freire, 2005, com base no diálogo, e ser sobretudo sensível a realidade de sua classe.
Fiz a seguinte afirmação num trabalho de Pedagogia e Educação: Quando levamos em consideração o educando, seu discurso, o que está implícito em sua palavra e até em seu silêncio, passamos a acreditar no mesmo como sendo um ser humano que tem outras vivências além da escola, que seu saber não é algo que se dará a partir da educação escolar, pois “ Os homens que não têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. Não podem ser seus companheiros na pronuncia do mundo.” Freire, 2005.
Então, como pode a escola que se diz agente transformador da sociedade, não ser humilde e reconhecer no indivíduo um ser pensante e vivo, com existência além da mesma? É a escola então, ao aplicar seu currículo pura e simplesmente, arrogante e insensível ao seu sentido principal, que é essa transformação da sociedade. Pode-se dizer que é ingenuidade acreditar que a mudança se dará a partir do que o educando “aprenderá” na escola, pois esse aprender fora do contexto, é vazio e sem significado.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Em uma atividade de Linguagem e Educação, fiz a seginte afirmação: Quando alfabetizamos, temos a intenção de oportunizar ao indivíduo o letramento, ou seja, a funcionalidade da escrita, mas em muitos casos, isso não se dá, pelo mesmo motivo do exemplo dos filhos dos feirantes nas barracas de seus pais, eles utilizam a matemática da vida, em vez da escola, assim, nós utilizamos a leitura/escrita da escola e não a da vida, que seria inserir o letramento no contexto escolar, ou ao contrário.
Embora sempre tenhamos em mente que os indivíduos compreendem o que tentamos dizer, não levamos em consideração que escolarizamos muito das escritas do dia a dia, tornando as fora do contexto, tornamos complexos nossos textos, mesmo sendo nossa intenção trazer a realidade para a sala de aula. Tem-se a intenção, mas não se tem a sensibilidade.
Trabalhar com a realidade do aluno não é simples, pois existem muitas realidades, levando em conta que cada aluno é um sujeito único resultado de sua vivência e relação com a realidade em que vive. Exemplificando minha afirmação, quero trazer um pequeno relato de uma atividade que realizei. Estamos trabalhando os animais, e como atividade fiz um levantamento doa animais de extimação que os alunos têm, em suas casas, e também os que eles gostariam de ter, bem como os animais que eles gostariam de ver, "ao vivo". Os resultamos para os animais de extimação, foram o gato e o cachorro os que mais apareceram, mas existem peixes, patos, ovelhas e até uma vaca na lista. Os animais que eles gostariam de ter apareceu o coelho, o ornitorrinco, o cavalo, entre outros. E um dos mais requisitados para verem ao vivo foi o ornitorrinco, acredito que os alunos estão sendo influenciados por um desenho que está sendo transmitido em uma rede de televisão pela manhã, já que meus alunos estudam à tarde. Estou providenciando imagens sobre o referido animal, já que ao vivo acredito ser difícil.
Não tive oportunidade de trabalhar com Educação de Jovens e Adultos, e acredito que este deve ser um trabalho gratificante, com muitas dificuldades sim, mas gratificante no sentido de auxiliar pessoas que não tiveram oportunidade de aprender, não importa quais os motivos, em tempo que chamamos, certo, mas que está vencendo barreiras e indo em busca de realizações pessoais, desta forma, acredito que quando se trabalha com esse público deve-se ter consciência, conforme Olivera, 1999, de : "Refletir sobre como esses jovens e adultos pensam e aprendem envolve, portanto, transitar pelo menos por três campos que contribuem para a definição de seu lugar social: a condição de “não-crianças”, a condição de excluídos da escola e a condição de membros de determinados grupos culturais."
Compreendi, a partir das leituras, que o trabalho com jovens e adultos deve ter uma abordagem diferenciada da que se faz com as turmas normais, esta deve levar em conta a realidade socio-ambiental, a consciência que este aluno tem de sua realidade e trabalhar com o resgate e valorização da autoestima do indivíduo.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Trabalhando com PAs

Obtive uma visualização de como administrar PAs em sala de aula ao realizarmos o trabalho para Seminário Integrador VII, o trabalho que planejamos como atuar no ano que vem, onde a apartir de elementos geradores, desencadearemos os questionamentos iniciais e após todo o desenrolar do PA. Este trabalho auxiliou a elucidar a forma de trabalho com PAs e nossos alunos, pois paramos para projetá-los em nossas salas de aula e desta forma, eu consegui uma visualização de como fazê-lo.